Anticorpos anti-ribossomal P (anti-P) são detectados em 10-40% dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), sendo considerados marcadores altamente específicos da doença (99% de especificidade). Até 40% dos pacientes com LES e anti-DNA/anti-Sm não reagentes apresentam anti-P. Pacientes com LES e anti-P frequentemente exibem sinais de doença ativa, como fotossensibilidade, rash malar, hipocomplementemia, febre, linfopenia, artrite. Anticorpos anti-P produzem padrão de fluorescência característico no exame FAN HEp-2: padrão misto citoplasmático pontilhado fino denso e nucleolar homogêneo. Entretanto, o exame de FAN HEp-2 não deve ser utilizado como triagem para a solicitação de anti-P, pois apenas um terço das amostras anti-P reagentes produzem o padrão de fluorescência típico. Existe grande controvérsia a respeito das associações clínicas dos anticorpos anti-P no LES, com alguns estudos demonstrando associação com envolvimento neuropsiquiátrico (principalmente acometimento difuso do sistema nervoso central), nefrite lúpica classe V e hepatite, enquanto outros estudos refutam essas associações. Anticorpos anti-P podem ser detectados em pacientes com doença de Chagas, sempre na ausência de manifestação clinica de LES e em até 10% dos pacientes com hepatite autoimune. A identificação de anti-P em pacientes com diagnóstico de esclerose sistêmica, dermatomiosite/polimiosite ou doença mista do tecido conjuntivo indica síndrome de superposição com LES.